By British Council Portugal

12 de Feb de 2024 - 14:30

Three people sitting at the library smiling at each other.

Muitos estudantes de inglês dizem  “Consigo perceber quase tudo - só não consigo falar!”. Este fenómeno é bastante comum na aprendizagem de qualquer idioma. Professores ou falantes fluentes concordarão que é maioritariamente uma questão de autoconfiança - o que provavelmente já sabe. Possivelmente, já está cansado de ouvir “quanto mais praticar, mais confiança terá”, enquanto pensa “sem confiança, como posso começar a praticar?!”. Fazer a transição do conhecimento do inglês para uma fala fluente é um processo, não uma solução imediata, mas espero que as dicas abaixo o ajudem a progredir.

1- Escuta Ativa

Ouça atentamente o que as pessoas estão a dizer, não apenas o significado, mas também as palavras e os sons. Ouça e observe o ritmo, como as palavras se ligam, quais as letras que são omitidas. Há algo que o surpreenda? Se está a ver um vídeo, pode repetir uma parte até que lhe pareça mais natural. Se está numa conversa presencial e se sente confiante, pode pedir à outra pessoa para repetir.

Anote mentalmente o que vai aprendendo. Imagine-se a dizer essas coisas, pode até praticar em voz alta. Se prefere uma prática mais estruturada, pode ver e ouvir conversas de diferentes níveis no nosso website. Na segunda metade do vídeo deixamos espaço para que possa inclusive participar. Estes vídeos do nosso site LearnEnglish também são uma ótima forma de praticar a oralidade.

2 - Procure respostas nas perguntas

“Did you have a good weekend?” ("Teve um bom fim-de-semana?") pergunta um colega britânico numa manhã de segunda-feira. Pânico! De repente, não se lembra se deve usar o passado simples ou o pretérito perfeito para falar sobre o seu fim-de-semana. Tem a resposta na ponta da língua - como é que se esqueceu??

Mantenha a calma. Em vez de se enervar, volte à pergunta que lhe foi feita - é passado simples, logo a resposta também é. “It was lovely, thanks. We went to my parents. Did you do anything nice?” ("Foi ótimo, obrigado. Fui à casa dos meus pais. Fez alguma coisa interessante?")

3 - Não tenha medo de cometer erros 

Não há motivo para preocupação com os erros - eles são uma parte essencial da aprendizagem. Mas se o medo de "falhar" em situações reais realmente lhe causa muito stress, comece por praticar em situações onde se sinta mais confortável. Um café e uma conversa em inglês com os seus colegas de turma é um bom meio termo entre a sala de aula e uma situação real com falantes nativos de inglês. Também pode procurar um grupo de conversação em inglês ou de intercâmbio linguístico na sua cidade.

Se não frequenta aulas de inglês, ou não há grupos de conversação em inglês perto de si, tente encontrar uma pessoa com quem possa praticar. Não precisa de ser necessariamente uma troca de idioma por idioma - pode encontrar-se com outro estudante. Esta pessoa não precisa de ser fluente, apenas tem de ter inglês suficiente para conversar consigo e ajudá-lo a começar a relaxar. Na verdade, pode ser melhor para a sua confiança se o seu parceiro também cometer erros.

Quando se encontrar em situações reais, com falantes nativos ou não nativos mais confiantes, diga que está a aprender. Respeite o seu tempo. Ninguém tem o direito de o apressar, interromper para o corrigir, ou adivinhar o que está a tentar dizer. O seu inglês está em transição agora; os erros de hoje provavelmente não vão acontecer no próximo ano.

Faça nota, mental ou escrita, dos seus erros - eles são ferramentas de aprendizagem únicas.

4 - Aceite a confusão da ortografia inglesa 

Se é a pronúncia que o está a impedir de falar, pode ser que o seu cérebro esteja a ser demasiado teimoso, procurando as relações perfeitas entre ortografia e fala que existem noutras línguas. 

Se isto lhe é familiar, tente expor-se mais à forma falada em primeiro lugar, sempre que possível. Os filmes são uma grande fonte de aprendizagem de inglês. Se vê sempre com legendas, desligue-as. 

Aprender o alfabeto fonético também pode ajudar - pode parecer difícil, mas a maioria dos alunos chega lá em algumas horas. Ver, por escrito, que não é "mountain", é /ˈmaʊntɪn/, pode ser o esclarecimento de que o seu cérebro precisa.

5 - Compreenda que o inglês é tanto seu quanto é de qualquer outra pessoa 

Aprender inglês é diferente de aprender francês ou mandarim ou qualquer outra língua num aspeto importante - o inglês já não é a “propriedade” dos seus falantes nativos. De todas as conversas em língua inglesa que estão a acontecer no mundo neste momento, quais acha que acontecem com maior frequência: entre falantes nativos, entre um falante nativo e um não nativo, ou entre não nativos?

Resposta? A última. A maioria das pessoas que falam inglês neste momento são, por exemplo, japoneses e argentinos, russos e gregos, marroquinos e húngaros. E os falantes não nativos estão a contribuir para a evolução do inglês. 

6 - Reflita sobre o que está por detrás da sua ansiedade para falar.

O último conselho, relacionado com todas as dicas acima: O que o deixa apreensivo quando está a tentar dizer algo? Ter medo de ser ridicularizado? Demorar muito tempo e perder a atenção do seu interlocutor? Perder a essência do que estava a tentar dizer?

Tente descobrir o porquê das suas dificuldades em falar e identificar as situações onde é provável que isto ocorra. Se está preocupado em ser ridicularizado por cometer erros estúpidos, pode dizer abertamente “Help me out here, how do I say…..” (Ajuda-me aqui, como se diz…..?). Do mesmo modo, é perfeitamente aceitável dizer “Hang on, let me finish…” (Espera, deixa-me terminar…) se alguém estiver a interrompê-lo com suposições incorretas sobre o que quer dizer.

Para mais ideias sobre como melhorar a sua autoconfiança, veja este vídeo do LearnEnglish sobre como praticar a oralidade fora da sala de aula.

Ainda que muitos estudantes de inglês, apesar de terem um nível avançado, lamentem não se sentirem confiantes para falar, é bom sinal que haja ainda mais falantes fluentes que afirmam que no início  “Não conseguiam dizer uma única palavra!”